22.6.15

Repicos: o regresso aos Picos da Europa. pt_2

10 de junho
Chaves - Cangas de Onís.
O dia com mais quilómetros. O dia que seria mais desgastante. O dia em chegaríamos aos Picos. 



Fotos de Rui Oliveira

Saímos de Chaves depois do pequeno almoço e seguimos a nacional, passando pelas Feces de Acima e as de Abaixo - imagino o que será alguém dizer que vive aqui. Será que existe uma associação das Feces de Cima e de Abaixo? Um problema morfológico humano que daria para uma crónica por si só. 
Duas pequenas panorâmicas de Chaves, mesmo ao lado do hotel.

Já em Espanha, tivemos cerca de 70 km de ótima estrada, com curvas largas, rápidas e quase sem trânsito, sempre pela nacional e a acompanhar a autoestrada. Parámos para meter gasolina mais à frente e demos de caras com uma rapariga de nacionalidade inglesa que andava à boleia. Queria ir para Irún. O Rui ainda pensou levá-la, mas só reparou depois que não tinha espaço no banco de trás da moto. 

De nacional em nacional, parámos para almoçar. Eram para aí duas e meia. Enquanto entrávamos no restaurante cai uma chuvada. Daquelas intensas, rápidas e sem aviso. O almoço foi interessante. Como em muitas zonas de Espanha existe a “tradição” do primeiro e segundo prato. Acabámos por comer muito. Eu comi uma salada mista e uns ovos rotos com bacon, uma coisa que não costumo comer. Mas como precisava de energia, teve de ser. O Rui trincou uma carbonara e uma costela de vaca que, por sinal, estava boa. O vinho não era tão bom. Mas como íamos para a estrada, isso acabou por ser vantajoso, porque bebemos pouco. Não me lembro do nome do restaurante, talvez por causa da “necessidade” de chegar a Cangas. 

As motos estacionadas à porta do Restaurante, mesmo antes de um dilúvio passageiro.

Almoçámos e seguimos caminho... Até o GPS entrar em “modo aventura”. Tentou que fizéssemos fora de estrada...

Como estávamos já com cerca de 250 km rolados, decidimos dar o salto para a autoestrada. E assim foi. 120 km monótonos, com alguma chuva e vento, até voltarmos à N625 que nos colocaria no caminho certo para Riaño. Mas antes disso o Rui avisa que só tem dois traços de gasolina. Eu pensei que a Honda era como a minha. Dois traços = 100 km. Mas parece que não. Em Cistierna, lá tivemos nós de procurar uma bomba, para dar de beber aos cavalos. 

Uma das placas de entrada/saída dos Picos. Era obrigatório parar.

Depois de Cistierna sentia-se o “friozinho no estômago”. Sabíamos que os Picos estavam logo ali. Era a altura de absorver tudo: a paisagem, a estrada, os cheiros que nos levariam até Riaño, o local onde a Hornet foi apanhada a fazer umas fotos para o book dela... 

A descida - e o nevoeiro - que nos levaria a Cangas de Onís. Senti-me um D. Sebastião. 
Mas sem aquele incómodo de me perder e de levar espada.

Depois de Riaño foi curvar e contracurvar pelo desfiladeiro dos Beyos, não sem antes do sentimento D. Sebastião, a furar o nevoeiro denso, enquanto descíamos. Já a chegar a Cangas de Onís (e com o Rui à frente) reparei que o autocolante do ano passado ainda lá estava. Fiz sinal para voltarmos atrás e colocarmos o deste ano ("o bom filho à casa torna", pensei eu).

A entrada em Cangas de Onís. E a prova de que temos bons autocolantes.

À chegada ao hotel, perguntámos por um sítio para comer, onde os pratos fossem típicos e fosse “bom de preço”. Recomendou-nos o Polesu. E em boa altura o fez. Um tasco tipicamente espanhol, com muitas tapas, bancos corridos e servia sidra (para mim a cereja em cima do bolo). 
Foi um quase festim. Provámos o queijo de los Beyos, de cabra. Uma textura impecável e um sabor à altura. Depois seguimos com umas patatas bravas (o molho é caseiro), gambas, calamares e uma sobremesa para o Rui. 15 euros cada um, o que é bem interessante. De notar que uma garrafa de 70 cl de sidra fica por apenas 2,40€ e cada cerveja a 1,60€.

Saímos muito satisfeitos e fomos até um bar já perto do hotel, só para fecharmos o dia.

 

Cangas de Onís
Comer: Polesu. Uma recomendação dada na pensão onde dormimos. Uma ementa rica em tapas típicas e com sidra a acompanhar.
A ver: a zona junto ao rio e a ponte.
Sair: não há muito para ver, mas uma volta pela cidade é sempre um ponto positivo.

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