23.6.15

Repicos: o regresso aos Picos da Europa. pt_3

11 de junho
Cangas-Cangas
O dia com menos quilómetros, mas com muitas vistas.

Fotos de Rui Oliveira

Deixámo-nos dormir. Estávamos cansados dos quilómetros do dia anterior, da chuva e do problema na navegação, que nos obrigou a seguir a autoestrada. Decidimos dar-nos "ao luxo" de ficar mais um bocado a descansar, até porque o percurso para este dia não era longo.

Eu acordei mais cedo. Saí do hotel para ver um bocado das ruas, perceber como era Cangas de Onís. Comprei o pequeno almoço, para aproveitarmos o 6º andar e a varanda que nos calhou em sorte.

A preparação para o pequeno almoço e a vista sobre Cangas de Onís.
Os cacetes espanhóis não são maiores que os portugueses.

Saímos de Cangas de Onís, para redescobrir os lagos de Covadonga. Antes parámos frente à catedral, para tentar perceber se havia limitações na subida, já que o nevoeiro era intenso. Encontrámos um grupo de 3 portugueses (primeira vez nos Picos). Demos alguns conselhos, ouvimos a história deles sobre as chuvadas que já tinham apanhado, e regozijámo-nos com a “secura” do nosso caminho. Como era hora de almoçar, descemos até à entrada de Covadonga para encontrar um sítio para comer o presunto, o queijo e o pão que tínhamos comprado.

Mesmo antes de subir até Covadonga. O sítio onde almoçámos esta mesmo ali ao lado.

Depois fomos até aos lagos. A subida, já de si difícil devido à inclinação e curvas, tornou-se num desafio. O nevoeiro não deixava ver mais de 5/6 metros à frente da moto. Não conseguíamos apreciar a paisagem (que eu sei que é maravilhosa) que nos rodeava. À saída de uma das curvas, um grupo de vacas pastava e passeava-se pela estrada, vagarosamente.

Subida para o lago Ercina, os animais que por lá habitam e o nevoeiro no caminho.

Seguimos até ao lago Enol. Não se via água. Nenhuma. Nem a paisagem que rodeia o lago. Perguntei ao Rui se valeria a pena continuar até ao Ercina. "Sim", disse ele sem tirar o capacete. E lá fomos. 3 quilómetros de estrada estreita, em mau estado, até ao lago. Parámos as motos e o nevoeiro mantinha-se. Decidimos sentar-nos um pouco e fumar um cigarro. E eis que acontece algo que só o "Senhor do Tempo" (o cognome do Rui nesta viagem) conseguiria adivinhar: o nevoeiro levanta, o sol vê-se, a paisagem revela-se. E assim tivemos 10 minutos de sol, calor e de paisagem, com os picos em fundo, ainda com neve.

Mágico.
O lago Ercina, depois do nevoeiro levantar. 

Pose das motos para a fotografia, com o Santuário de Covadonga em fundo.
A minha moto é mesmo linda!

O ponto seguinte era Bulnes e Sotres. Até Bulnes ainda choveu um pouco, mas nada que nos fizesse vestir os impermeáveis. Em Bulnes já não chovia. A registar deste sítio: a água cristalina que circundava as rochas e a enorme queda de água.

E subimos mais, com o objetivo de chegar a Sotres. Mas o nevoeiro era ainda mais denso do que aquele que tínhamos enfrentado nos lagos. Por isso, decidimos parar a meio, ouvir o silêncio, fumar um cigarro. E voltamos a descer até Bulnes para uma melfies (selfies às motos). Podíamos ter feito os percursos pedestres que existem. Mas as botas de andar de moto não são o calçado apropriado. 

Mais poses das meninas. Junto a uma queda de água e a um túnel, como convém.

Depois voltamos para Cangas. O cansaço do dia anterior ainda estava presente. Como ainda era relativamente cedo, andámos às voltas na cidade. Ainda revimos um grupo de Lisboa que encontrámos nos lagos, entrámos nas lojas de souvenirs. Ao fim e ao cabo, esticámos as pernas e ganhámos fome para o jantar.

Como no dia anterior tínhamos comido bastante bem no Polesu, achámos por bem repetir. E se decidimos rápido, rapidamente entrámos lá. Nem vale a pena referir o menu. Foi tão bom como no dia anterior.

 

A ver: tudo o que está no texto. Como o tempo não era o melhor, não deu para visitar Sotres. Mas tudo o resto vale a pena.

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