29.11.12

Nacional 2 com amigos - pt.4


Dia 3.
E lá vamos até Faro.
Acordámos, mais uma vez, depois das dez. Pequeno-almoço alentejano, motas com a tralha e siga outra vez, que havia o Caldeirão para fazer.
Mas até lá eram retas. Outra vez o raio das retas. Parámos em Almodóvar, se não em engano para carregar energias. Este foi o dia em que menos fotografias do caminho tirámos. Até porque era tudo igual.
E chegámos ao Caldeirão. A máquina voltou a ficar arrumada, porque tantas curvas pediam que a caixa de velocidades estivesse sempre a mexer.
Só parámos a meio para um cigarro e apreciar a vista.
E siga para Faro, que era dia de jogo de Portugal. A chegada a Faro foi engraçada. Eu com o último km da N2 apontado... mas não o encontrámos. Acabámos por parar num café a pedir informações. Era um clã motard, os highlanders. Foram tão porreiros que nos pagaram uma cerveja, deram-nos indicações sobre onde comer, etc, etc. Valeu mesmo a pena não encontrar o último quilómetro.
E depois foi pousar motos, apreciar a piscina, jantar, uns copitos e dormir.


Dia 4.
Faro-Tróia-Lisboa
Queríamos passar com as motas em Tróia. Era algo que o Tiago queria fazer e nós achámos que podia ser engraçado. Mas até lá tínhamos caminho para fazer. Como optámos por almoçar com a família do Tiago, saímos tarde do Algarve. E decidimos fazer a serra de Monchique.
O caminho foi muito engraçado. Mas cansativo. Estava muito calor, a estrada tinha o piso em pior estado que o desejável.
E continuamos a andar. Estrada, estrada, estrada até chegarmos a Tróia, que foi a hora tardia... Lá esperámos pelo ferry e pumba!
Estávamos na margem norte do Tejo. Aqui despedimo-nos. O Tiago e o Eduardo foram para o Seixal. Eu segui para Lisboa. Ainda havia
muito Santo António e churrasco para gozar.

Desta viagem há a referir: o bacalhau que comemos em Penacova, num restaurante chamado “O Cota”, se não estou em erro. As migas em Montemor, extremamente bem regadas e acompanhadas de outras tantas iguarias locais.
Do vinho, penso que ninguém tem a certeza se o bebeu.

28.11.12

Nacional 2 com amigos - pt.3

Viagem - dia 2
Acordámos. Eu e o Rui tínhamos partilhado o quarto virado para a rua. O Eduardo e o Tiago ficaram virados para outro lado. 
Abro a janela e desato a rir. Havia algum movimento no meio daquela vila. Aliás, tanto movimento que as motas arapalhavam o acesso das senhoras à CGD. Pequeno almoço, café e tornar a carregar as motas. 
Continámos a curtir a estrada e as paisagens. É impressionante como este país é mesmo bonito. Decidimos parar em Góis. Eu tinha lá ido uma vez a uma concentração. Achei bonito, mas atestado de motos e gente perde alguma piada. Lá estivemos meia horinha e saímos para encontrar uma aldeia de Xisto que o Tiago tinha ido-há-não-sei-quanto-tempo-mas-que-pensava-que-era-do-outro-lado. Perguntei. E foram 3 minutos da minha vida que nunca mais voltam. O transeunte tinha sido taxista. E esteve a explicar tudo de modo tão pormenorizado que desistimos de lá ir. A paragem seguinte foi numa "estação de serviço". Uma das fotos mais engraçadas que temos é de lá, todos em estilo motherfuckers.
Depois vieram as curvas da Lousã. Curvas a descer, rápidas, com árvores de todos os lados e um piso em bom estado.
Vila de Rei foi a seguir. É o centro geodésico de Portugal. Eu fiquei sem palavras. Durante 5 minutos, limitei-me  a olhar tudo em volta. Só. 
Este dia estava a correr muito bem. A estrada era mais rápida que a do primeiro dia, as curvas mais engraçadas. Estávamos num bom ritmo. Mas era o dia em que íamos ficar com menos um. O Rui tinha um trabalho no Porto e só ia até ao Sardoal, um pouco mais abaixo. Nós continuamos. Montemor-o-Novo era o objetivo.
Depois do Rui entrar na AE a camino do Porto, comecei a sentir a mota estranha. Não sei porquê mas, de repente, fui abaixo. Parecia que não queria fazer mais caminho. Estava mesmo assustado comigo. Perguntámos por um mecânico. Parecia que a corrente estava a ficar com muita folga (e tinha sido ajustada há 300 km, ou coisa parecida). O homem lá esticou a corrente e garantiu-me que estava tudo bem.
Um Red Bull e eu despertei. E entrámos na zona dos arrozais, passámos o Tejo. A paisagem mudava. Aliás, a seguir aos arrozais o caminho começou a ficar secante. Era, definitivamente, o Alentejo. Retas, retas, retas, retas, retas... até que começámos a ver água. Ui! Albufeira da barragem de Montargil! Ui!, tem aqui um sítio para pararmos! "Para, para!", teria dito o Tiago dentro do capacete. Paramos, claro.
Motas junto à água, deitamo-nos nas sombras das montadas para descansar de tanta reta. Devemos ter ficado mais de meia hora. Depois seguimos para Montemor-o-Novo.
Chegámos relativamente cedo. Ainda não eram nove da noite. O sítio onde ficámos era uma casa de hóspedes (conceito que desconhecia). A receber-nos estava uma senhora dos seus 70 anos. "Olá! Olhem, eu ia por-vos na parte da frente, mas estão cá os meus netinhos. E como sei que eles fazem barulho, vocês vão ficar na parte de trás, pode ser?" Como éramos 3, ficámos todos no mesmo quarto. Simples, asseado e a nossa mestre de cerimónias tinha sido mesmo muito simpática e atenciosa. Saímos para jantar um pouco para o tarde. Deviam ser quase dez. Restaurante abertos a fazerem comida... muito poucos. Descobrimos um bar/restaurante. "Bem, vamos lá ver." E comemos e bebemos (muito) bem. Era para aí uma da manhã. "Vamos dormir".

Nacional 2 com amigos - pt.2



Viagem - dia 0
Foi no dia 5 de junho que nos encontrámos. Chovia, daquela chuva miudinha chata que atrapalha mais do que um dilúvio. Estávamos com algum receio que o caminho até Chaves fosse sempre assim. Andar com os impermeáveis é uma seca. E a condução é mais contida. Temos de estar sempre atentos ao óleo na estrada, limpar viseira, lidar com o desconforto das luvas molhadas... 

Partimos. Autoestrada (A3) até Braga, Nacional 103 até Chaves.
A primeira paragem foi nas Cerdeirinhas, perto de Vieira do Minho. Era um pequeno café e estávamos depois da hora de almoço. Acercaram-se de nós. Não deve ser todos os dias que 4 marmanjos param frente ao café, pedem água, fumam e conversam ao telefone. Aproveitámos que já não chovia para colar os autocolantes. 
Depois discutimos se iríamos despir os impermeáveis. Como estávamos de férias, arriscámos. Toca a tirar impermeáveis e ver no que dava.

Motas em andamento. Fomos parando pelo caminho para fotografar o que ia aparecendo. Vistas da albufeira do Gerês, barragens, etc, etc, etc.

Chegámos a Chaves de tarde, depois da hora de almoço. Descarregámos as motas (alguns demoraram muuuuuito tempo a fazê-lo). 'Bora para a vila beber um finito e conhecer isto. 
Logo à entrada perguntámos onde podíamos comer bem e barato. Indicaram-nos o beijinho doce. Gostámos do nome, não entrámos para comer. Sentámo-nos numa esplanada e decidimos ir à Adega Faustino. Fama a mais para o que se come... vale pelo sítio.
Regresso ao hotel, beijinhos e abraços e até amanhã


Viagem - dia 1

Combinámos que não íamos ter hora para sair. À medida que acordássemos, tomávamos o pequeno almoço, prepravámos as motas, etc.
Era o início da Viagem. Motas atestadas de tralha e partimos. Primeira paragem: km 0. Tinha de ser. A partir daqui era o GPS que nos guiava e a memória que eu tinha de novembro. Eu era o cabeça da viagem, depois o Eduardo, Tiago e o Rui a fechar.
A primeira paragem seria a Régua, para almoço. Era um trajeto curto ficaríamos com um terço do percurso para o dia cumprido. E assim foi. Curva e contracurva e lá fomos descendo. Esta parte da estrada era meio para o "técnica". Eram curvas lentas. Parámos no km 69 para cigarro e fotografia (claro!).
Depois foi seguir até à Régua e arranjar sítio para comer. Comemos bem. Aliás, comemos e bebemos bem. Tão bem que acabámos por arrochar num jardim junto ao restaurante.
Lá acordámos e seguimos. O Tiago passou para a frente. E deu mais ritmo à viagem. Até que encontrámos para darmos a conhecer ao mundo que encontrámos o Colo do Pito. Sim ele existe.
Depois das gargalhadas da praxe, mais caminho.
A paragem seguinte foi em Viseu. Mesmo no centro. Era feriado religioso e chegámos mesmo a tempo de assistir à procissão. Descansámos mais um pouco e tirámos mais fotos. A seguir, tinha como objetivo encontrar o sítio onde a N2 se "enterra" na albufeira da barragem da Aguieira. Procurámos, procurámos, procurámos... NADA. Continuámos o caminho. Penacova era a meta e já estávamos atrasados... às oito e pico lá chegámos. Pensão, arrumar mota e jantar. 
Depois do jantar fomos brindados com chuva. Moderada. Mas era suficiente para nos molharmos. Felizmente já tínhamos decido que as motas ficavam paradas depois de cada dia. Chegámos perto da pensão e estava uma padaria aberta. Sentámo-nos para uma cerveja. Começámos a falar com os donos da padaria. "Aquelas motas são vossas?". "Sim, são!". "Hmmm... sabem que andam praí uns miúdos que andam a roubar motas. Ainda um destes dias um cliente daqui ficou sem a dele. Os putos foram apanhados, a mota apareceu, mas eles andam por aí outra vez. Não querem deixar a mota dentro da pastelaria? Só têm de as tirar antes das 7 da manhã!". "Não, deixe estar. Deve ser tranquilo".
Pagámos a cerveja e as águas e fomos ao quartos. Começámos a falar. "Pá, que achas? Deixamos as motas lá fora? Às tantas era melhor prendê-las a um poste." "Mas eu não trouxe cadeado. Só mesmo o de disco!" "E eu não tenho nada!" "Bem, vamos prender as motas umas às outras. Temos ali aquele passeio gigante. Isto não deve ter assim tanta gente como isso." "Vamos fazer isso". E lá fomos nós pegar nas motas, com as rodas da frente todas juntas. Corrente posta à volta e lá fomos nós dormir.

Nacional 2 com amigos - pt.1

Foi em novembro de 2011 que fiz a viagm pela Nacional 2, de Chaves a Faro. Nessa altura não fiz a estrada toda. Problemas de orientação do GPS de quem comandava a "equipa", uma queda de outro elemento, que obrigou a que "saltássemos" a Serra do Caldeirão.
Mas isso passou e depois do Tiago saber que eu tinha feito a N2, ficou com a pulga atrás da orelha. Começámos a falar sobre fazer a estrada. Mas desa vez teria de ser com calma. O Tiago dizia que não tinha experiência. Isto foi em dezembro. Conversa puxa conversa e o plano foi sendo traçado. Eu comecei a traçar a rota no googlemaps as tiradas diárias, os locais onde dormir, algumas curiosidades para ver pelo caminho...


Mas havia um problema: o GPS. Eu queria navegar por GPS porque, se apanhássemos calor, era chato andar de um lado para o outro a tentar encontrar a rota certa. Devo ter passado cerca de 12 horas, no mínimo, para conseguir arranjar forma de exportar a rota do google maps para o GPS. Mas eu falei em GPS? Mais um problema. Como conseguir levar o GPS? Levava o do carro? Mas não tinha suporte! E os 60 euros de um RAM Mount dão para 800 km de caminho! Cabeça a pensar outra vez. Acabei por chegar a uma solução perfeita. Comprei um suporte de telemóvel, aproveitei o tmn drive e só faltava conseguir exportar os mapas.
Tudo parecia começar a compor-se. O primeiro dia seria do Porto a Chaves. O segundo de Chaves a Penacova. Depois Penacova a Montemor-o-Novo, Montemor a Faro. O regresso seria de Faro até Tróia, onde atravessaríamos o ferry para Setúbal.
Como profissionais de comunicação, decidiu-se dar um nome. 4 the road foi a proposta do Eduardo, logo aceite. Afinal de contas eram 4 rapazes, 4 motas e uma estrada para fazer.
Nota: Eu e o Tiago devemos ter trocado para cima de 20 emails, 60 sms e várias horas de chamada sobre a viagem. Estávamos ansiosos.

Encontrei o GPS visualizer. Exportei KML, converti nesse programa e pumba!
Agora só faltava montar o suporte na mota. Montei-o. Não gostei. Estava abaixo da linha de horizonte. Toca a pensar outra vez. E foi quando encontrei a solução de génio. Um suporte de cortinados. Desmontei o suporte que comprei, apliquei o do cortinados e voilà

Entretanto fomos conversando sobre a viagem. O Tiago defendia que seria melhor se não fossemos só os dois. Arranjar um grupinho. Quatro pessoas no máximo. E foi aí que falámos com o Eduardo, que tinha trabalhado com o Tiago. Alinhou. Faltava mais uma pessoa... E foi dois meses antes que encontrei. O Rui, um amigo de uma amiga que tinha conhecido há pouco tempo. Alinhou.







2.8.12

Bem, parece que não vai chover... arrisco?

Foi a primeira pergunta que fiz a mim mesmo, quando começaram aqueles dias de férias. E lá fui eu. Carreguei a mota com tudo o que ia precisar: tenda, saco cama, roupa, calçado, máquina fotográfica, etc. 
Pergunta seguinte: para onde? Não queria ir para demasiado longe (afinal de contas estava sozinho) mas queria comer tapas. Baiona. 'Bora. Mota ao caminho e lá fui eu, subindo pela nacional 13, com toda a calma até ao ferry.
Atravesso, faço a estrada junto à marginal. Paro. Fumo. Vejo o mar. E continuo. 
A tarde, ocupei-a a ler uma esplanada, com umas cañas a aparecerem de vez em quando. À noite fui fazer o que queria. Saí do parque de campismo, fui até ao Refuxio D'Anton e comi. Depois voltei, li mais, ouvi música e dormi. No outro dia repeti. :)
E voltei por outro caminho (queria ir em direção a Braga). Sempre pela nacional. Sozinho :)

A Josefa estava prontinha e ansiosa para partir.

Antes de mudarmos de meio de locomoção.

Já dentro do ferry.

Ali é Espanha.

A desorganização dentro da tenda.





Nacional 2

Foi em Novembro de 2011. Eu já andava a ler sobre esta estrada há algum tempo. Já tinha lido sobre o percurso, as terras onde passava, a importância que teve para quem vivia no interior. Em novembro veio a oportunidade de fazer a estrada. Em apenas um dia.

O início estava marcado para Chaves. Optei por tirar o dia de férias e sair do Porto de manhã, rumo a Braga, onde ia almoçar com a minha mãe. Depois fui pela Nacional 103, a curtir as curvas e contracurvas, o cheiro das plantas, a paisagem e o frio. Sozinho.

Cheguei a Chaves e fui descobrir o hotel. Aqui conheci mais três pessoas com quem partilhei a viagem. Não partilhei. Colei-me a eles, porque eu não tinha GPS e o roadbook dado pela organização não dava para ler. Só mesmo de lupa.
E eis algumas das fotografias que tirei. Foram poucas. Primeiro porque eram 785 km para fazer num dia (acabaram por ser 1000) e depois porque eu estva tão contente com a estrada que, sempre que parava aproveitava para recordar o que tinha feito. 

Carregada e pronta para arrancar.
















Foi em Setembro

Isto de viagens de mota é muito engraçado, mas sem companhia fica a faltar qualquer coisa.
A Nuna já andava de mota desde os 16. Depois veio a universidade e o carro. A scooter passou a fazer parte da mobília lá de casa. Finalmente, em 2010/11, foi "pressionada" a tirar a carta. E pronto. Aulas, exames, quedas e etc. e lá chegou o dia em que ficou encartada. 
Tal como eu, a mota de eleição (há quem diga sonho, também) era a BMW F650. E 'bora lá procurar a mota para a Nuna. E foi encontrada. Uma igualzinha à minha, mas com menos quilómetros. Esta é a prova de que ela pega na mota. Foi em setembro de 2011, quando decidimos ir a Ponte de Lima.
Saímos do Porto pela A3 e depois fizemos a nacional até Viana do Castelo. Foi neste troço que celebrámos de braços no ar uma ultrapassagem. Mesmo frente a outro grupo de motards.
E ficam aqui algumas fotos à sorte desse dia :)







O início

Comcei a andar de mota tinha uns 15 anos, ou coisa parecida. Foi o tempo das scooters emprestadas até cerca dos 21. Depois da universidade, mudei de cidade. E como não queria carro nem havia €€ suficientes, fui à garagem da minha namorada recuperar a scooter. Andei com ela uns anos até trocar por outra 50 cc. Dava um jeito gigante no trânsito do Porto. 
Até ao dia em que comprei a mota dos meus sonhos. Uma BMW F650. Motor Rotax, monocilíndrica e um som incrível para os meus ouvidos. Quando a fui buscar à casa de quem ma vendeu, lembro-me de começar a chover copiosamente. Acho que nunca me molhei tanto. Foram 40 km debaixo de chuva, com medo que ela me caísse (sim, porque me parecia pesada). E pronto. Este blog vai ter alguns dos episódios que passei/passo com a Josefa.