28.11.12

Nacional 2 com amigos - pt.3

Viagem - dia 2
Acordámos. Eu e o Rui tínhamos partilhado o quarto virado para a rua. O Eduardo e o Tiago ficaram virados para outro lado. 
Abro a janela e desato a rir. Havia algum movimento no meio daquela vila. Aliás, tanto movimento que as motas arapalhavam o acesso das senhoras à CGD. Pequeno almoço, café e tornar a carregar as motas. 
Continámos a curtir a estrada e as paisagens. É impressionante como este país é mesmo bonito. Decidimos parar em Góis. Eu tinha lá ido uma vez a uma concentração. Achei bonito, mas atestado de motos e gente perde alguma piada. Lá estivemos meia horinha e saímos para encontrar uma aldeia de Xisto que o Tiago tinha ido-há-não-sei-quanto-tempo-mas-que-pensava-que-era-do-outro-lado. Perguntei. E foram 3 minutos da minha vida que nunca mais voltam. O transeunte tinha sido taxista. E esteve a explicar tudo de modo tão pormenorizado que desistimos de lá ir. A paragem seguinte foi numa "estação de serviço". Uma das fotos mais engraçadas que temos é de lá, todos em estilo motherfuckers.
Depois vieram as curvas da Lousã. Curvas a descer, rápidas, com árvores de todos os lados e um piso em bom estado.
Vila de Rei foi a seguir. É o centro geodésico de Portugal. Eu fiquei sem palavras. Durante 5 minutos, limitei-me  a olhar tudo em volta. Só. 
Este dia estava a correr muito bem. A estrada era mais rápida que a do primeiro dia, as curvas mais engraçadas. Estávamos num bom ritmo. Mas era o dia em que íamos ficar com menos um. O Rui tinha um trabalho no Porto e só ia até ao Sardoal, um pouco mais abaixo. Nós continuamos. Montemor-o-Novo era o objetivo.
Depois do Rui entrar na AE a camino do Porto, comecei a sentir a mota estranha. Não sei porquê mas, de repente, fui abaixo. Parecia que não queria fazer mais caminho. Estava mesmo assustado comigo. Perguntámos por um mecânico. Parecia que a corrente estava a ficar com muita folga (e tinha sido ajustada há 300 km, ou coisa parecida). O homem lá esticou a corrente e garantiu-me que estava tudo bem.
Um Red Bull e eu despertei. E entrámos na zona dos arrozais, passámos o Tejo. A paisagem mudava. Aliás, a seguir aos arrozais o caminho começou a ficar secante. Era, definitivamente, o Alentejo. Retas, retas, retas, retas, retas... até que começámos a ver água. Ui! Albufeira da barragem de Montargil! Ui!, tem aqui um sítio para pararmos! "Para, para!", teria dito o Tiago dentro do capacete. Paramos, claro.
Motas junto à água, deitamo-nos nas sombras das montadas para descansar de tanta reta. Devemos ter ficado mais de meia hora. Depois seguimos para Montemor-o-Novo.
Chegámos relativamente cedo. Ainda não eram nove da noite. O sítio onde ficámos era uma casa de hóspedes (conceito que desconhecia). A receber-nos estava uma senhora dos seus 70 anos. "Olá! Olhem, eu ia por-vos na parte da frente, mas estão cá os meus netinhos. E como sei que eles fazem barulho, vocês vão ficar na parte de trás, pode ser?" Como éramos 3, ficámos todos no mesmo quarto. Simples, asseado e a nossa mestre de cerimónias tinha sido mesmo muito simpática e atenciosa. Saímos para jantar um pouco para o tarde. Deviam ser quase dez. Restaurante abertos a fazerem comida... muito poucos. Descobrimos um bar/restaurante. "Bem, vamos lá ver." E comemos e bebemos (muito) bem. Era para aí uma da manhã. "Vamos dormir".

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