Entre milhares e ninguém.
Depois de duas noites em Carcassonne, com muitos turistas dentro da cidadela, uma pequena viagem de barco no Canal do Midi, voltaríamos à estrada para rumar mais a norte. O destino era Montauban e, seguindo o que tinha (mais ou menos) visto, teríamos menos de 300 km para fazer.
A estrada que nos levaria a Toulouse.
A fotógrafa em pleno enquadramento.
Até que vimos a indicação para um mercado. "Vamos por ali". Entrar no mercado por si só já foi giro. As bancas com frescos, os queijos… é melhor parar.
No primeiro andar do mercado, de seu nome Victor Hugo - talvez uma referência ao escritor do século XIX -, havia um conjunto de restaurantes. Escolhemos o que tinha mais gente. O prato do dia não era caro (cerca de 13€, o que é muito bom em França) e pareciam bem interessantes. Dois bifes, um peixe e três sobremesas depois estávamos nós a passear nas ruas de Toulouse.
Uma coisa que me agrada (muito) em França são as boulangeries. Eles dão muita atenção ao pão. Têm-nos de vários feitos, tamanhos e preços. Mas há uma coisa comum: são bons. Mesmo bons. O que me custa, já que em Portugal parece que se caminhou para a lei do pão congelado e aquecido "ao deus dará".
Durante esta nossa volta reparámos que as lojas estavam todas abertas, com bancas montadas cá fora. Estava mesmo muita gente na cidade. E não seriam turistas…
Artistas de rua em trabalho.
Uma (grande) praça em Toulouse. (cliquem para ver em grande)
As pessoas, a fotógrafa e o modelo.
De Toulouse seguimos para Auvillar. Segundo a nossa guia (a Nuna) Auvillar é uma das aldeias mais bonitas em França. Por isso, tínhamos de ir lá.
Apontei o GPS e lá fomos nós, percorrendo nacionais descontraidamente. Como a temperatura do ar era boa (cerca de 20 ºC) rolar por estradas que cortavam campos e florestas sabia bem. Muito bem. É engraçado, é bom ver que França é verde, muito verde. Estávamos a passar por florestas e matos e não se via indícios de incêndios passados.
A certa altura o GPS apontava para uma estrada estreita, daquelas estradas municipais, com asfalto de segunda. Fomos. As estradas eram estreitas ao ponto de não se cruzarem dois carros. E tivemos a experiência do quão estreita era. Uma debulhadora GIGANTE que nos apareceu à frente. Tão grande que ocupava mais do que a largura da estrada. Quando chegámos a Auvillar, o pai da Nuna descreveu (e bem) "a estrada era tão movimentada que cresciam ervas no meio".
A paisagem até Auvillar.
A tal estrada onde, mais à frente, as ervas cresciam.
Auvillar é uma aldeia bonita. Cercada por um muro, reina a calma. Há muito poucos carros a circular (eu contei 4). Mesmo no centro há um pequeno mercado e vêem-se muitas referências aos caminhos de Santiago, ideia reforçada pelo interior da igreja da aldeia.
Num dos extremos da aldeia temos uma vista sobre o rio Garonne e as florestas em frente. Mais uma vez, o verde impera. À esquerda conseguimos ver uma ponte suspensa, pelo que perguntei à Nuna se isto era Lisboa. Ou São Francisco. Mais à esquerda, algo que não esperaria ver num sítio assim: uma central nuclear que, soube mais tarde, se encontra em funcionamento.
A panorâmica de uma ponta da aldeia. (cliquem para ver em grande)
A entrada para Auvillar.
A torre do relógio.
O local onde se realiza o mercado.
Uma casa.
Dois motociclistas (com estilo).
Pormenor da representação dos peregrinos.
Outro pormenor da representação dos peregrinos.
A loja de arte.
Deviam ser 19:00 quando saímos da aldeia. Decidimos que iríamos jantar no quarto do hotel, uma vez que ainda faltavam alguns quilómetros para Montauban, e porque não deveríamos chegar a tempo para encontrar um restaurante aberto - sim, os franceses jantam cedo.
A caminho de Montauban apareceram muitos pomares, tapados por redes que seriam para "atrasar" o crescimento da fruta. Desta forma, ela cresceria mais devagar e, se fosse preciso, a rede era retirada para "acelerar" o crescimento.
Mas houve outra coisa que me fez questionar o que se teria passado… árvores tombadas. Muitas árvores tombadas, outras partidas, telhados levantados e alguns postes de eletricidade partidos.
Chegámos ao Premiere Classe por volta das 21:00. Estacionámos, fizemos o check-in e jantámos uma terrine, queijo, pão e fruta. Para mim estava ótimo. E ainda deu para ver o jogo (miserável) entre Portugal e França.
Fazer 15 dias de moto tem inconvenientes. O maior deles, sobretudo para a Nuna, era o espaço. O espaço para levar roupa, para levar recuerdos ou a uma carteira. Tinha de ser tudo reduzido ao mínimo. E, por causa disso, há que lavar roupa nos hotéis. O que dá origem a fotos "engraçadas". Roupa pendurada dentro dos quartos é só uma delas. A outra é tentar encaixar o saco dentro da mala, porque as coisas parecem "inchar" de dia para dia.
O percurso do dia.
Fotos lindíssimas.
ResponderEliminarGostei "de ver" Toulouse.
Umas belas férias, sim.
Beijinho